sábado, janeiro 22, 2005

Aquele da camisinha

Ontem fui a uma festa e, conversando com alguns amigos sobre sexo, rolou papo de transar com ou sem camisinha. Óbvio que a maioria falou que usa, mas me espantou a opinião de um amigo meu que questionou “Ah, mas e se a menina for virgem?”, ele falou como se alguém virgem não pudesse ter AIDS, ou será que ele esqueceu de transfusões sanguíneas, uso de drogas, operações e etc? Pode-se contrair o vírus, inclusive, indo ao dentista e manicure, por exemplo!
Ele ainda remendou com a seguinte informação “Ah, mas tem gente que de cara você sabe quando é de risco!”. Cara, sinceramente, eu nunca esperava de um homem de 23 anos, com uma boa base familiar, estudante de 3º grau este tipo de mentalidade. Sim, porque este tipo de comportamento que ele teve é, para mim, coisa de quem não tem acesso à informação, um boçal. Claro que este tipo de atitude é totalmente compreensível em uma pessoa que mora lá no Cafundó do Judas da Amazônia que não tem acesso nem a energia elétrica, quanto mais a este tipo de informação, mas não para este meu amigo. Notem bem, eu disse compreensível e não aceitável.
Na ocasião, ainda sugeri para que ele esquecesse a parte de doenças e pedi para se lembrar que a camisinha também evita a gravidez, sabe o que eu obtive como resposta? “Tem a pílula do dia seguinte!”.
Será que ele é um caso isolado? Isso que me preocupa e, pensando um pouco mais, eu percebi que não. Que está longe de ser. Quantos brasileiros e quantas pessoas no planeta pensam como ele e colocam em risco milhares de vidas? Muitas.
Como pode? O que mais tem que se fazer para as pessoas colocarem na cabeça que o uso da camisinha é indispensável? Quantos devem morrer todos os dias para fazer com que pessoas como esta vejam que a AIDS não é brincadeira? Quantas crianças nascidas de gravidez indesejada e que acabam nas ruas são necessárias para ele perceber que não se brinca com a vida alheia?
Cadê o respeito que ele tem consigo mesmo?
Medo, muito medo.

"Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história"
(Tocando em frente - Almir Sater)

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Aquele das compras

Mulher complica...


- Leo, qual blusa é mais bonita? Essa ouuuuu... esta aqui?
- As duas, só mudou a cor.
- Não, escolhe uma.
- As duas são iguais.
- Vou vestir e você vê.
- Olha esta.
- Hum.
(algum tempo depois)
- Agora olha esta!
- Hum.
- E?
- E continuam iguais.
- Pqp, quer escolher?
- Qualquer uma, quero ir embora.
- Como você é chato! Acho que vou levar a amarela.
- Tá.
- Mas eu tô amarela, imagina com a roupa amarela. Vou parecer um abacaxi ambulante.
- ...
- A azul fica melhor.
- Tá.
- Mas a amarela combina com a calça que eu ganhei.
- Amarela então?
- Amarela. Definitivamente, a amarela.
- Tá.
- Mas e a azul?
- Pqp.

Já dizia Ramones: “I wanna be sedated”.

domingo, janeiro 16, 2005

Aquele do verão

Sim, eu sou branquelo, e daí?


Pois é, o verão está aí.
Do nada as pessoas usam menos roupa, se sentem mais sexy, estão mais felizes, vão mais à praia e se esquecem dos problemas assim que acordam e dão de cara com um céu limpo e sol que ofusca a visão.
Nada contra, sério mesmo, mas o que me incomoda é a cobrança que os outros fazem de que você se sinta e seja como eles. Ora, eu sou branquelo, e ser branquelo era bom até a última estação, de repente nestes meses eu sou visto como um ET, um anormal, um ponto de referência, só porque prefiro ficar com a minha cor normal e não pegar câncer de pele.
Outro ponto que me deixa irado é o fato de que, com tantas opções de programas e com qualquer sol meia-boca, as pessoas quererem ir à praia. E praia no final de semana, ao menos no Rio de Janeiro, é um inferno. Um bando de gente se apertando num ônibus, verdadeira sauna humana num engarrafamento gigantesco, pra ficar debaixo de um sol de 40º se lambuzando de suor e sal. Já comentei do câncer de pele?
Prefiro uma piscina com um bom protetor solar, um som do lado (sem funk, ok?), água de graça, sem engarrafamentos e flanelinhas desesperados por 2 reais. Tem algo demais nisso?
Eu chato?
Não, não. Não sou resmungão.
Tá, só um pouco.
Mas é fácil contornar isto, me deixem ser branquelo sem a toda hora comentarem sobre o assunto e sem me usarem como de ponto de referência. É bem simples.

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Aquele do "complementando o texto anterior"

Esqueci...

Ah sim, eu esqueci de mencionar, eu estou apaixonado. Eu acho. O que também está me mantendo afastado da net e ocupando boa parte dos meus pensamentos. Por enquanto não sei se isso é bom ou ruim.
Mas sabe quando você passa o dia agoniado e esperando qualquer sinal de vida dela?
Quando um simples torpedo dizendo “oi” faz você ganhar o dia?
Quando você pensa mil e uma maneiras de dizer que gosta dela, mas quando tem que pôr em prática você esquece toda e qualquer frase feita que passou o dia treinando?
Quando seus amigos implicam com você com “ta apaixonado, ta apaixonado” e você nem procura se defender porque simplesmente isso parece ser verdade?
Quando todo telefonema equivale a uma possibilidade uma de ser ela do outro lado da linha e, melhor ainda, quando realmente é ela e você, ao atender e perceber, simplesmente tem a sensação de ser elevado do chão?
Quando seu cheiro, o toque, sua voz falando meu nome, enfim, tudo é perfeito?
Quando você escreve um texto meloso, assim como este, sem perceber e, quando acaba, fica com a sensação de que todos vão concordar que ele realmente é piegas e mesmo assim você não tem vergonha disto?
Bom, é isto mesmo. Este ser patético sou eu, e daí?

Aquele do aniversário



Minha família insana – parte 2


Há 4 dias eu não escrevo, mas não por falta de vontade mas sim devido minha vida estar um pouco corrida esta semana. Passei o final de semana todo fora de casa e estes últimos dias ocupado. Meu aniversário foi muito bom até a hora em que minha família insana resolveu se manifestar após uns goles de cerveja.
Um tio meu se revoltou porque o bolo, que para ficar direito deveria ter ficado na geladeira antes de ser servido, estava “mole e asqueroso” e resolveu pegar a espátula e desmanchá-lo e provar seu ponto de vista. Detalhe: o bolo foi “presente” de uma amiga da família que estava presente e, após presenciar a cena, quis tacar o bolo na cara do meu tio.
Contornada a situação, os bolos foram partidos e servidos, havia dois, e devido à confusão anterior acabou que o meu avô, pra lá de Bagdá, ficou sem o pedaço dele. Conclusão, ele se revoltou, deu um ataque falando que tinha dois bolos e ele não recebeu nenhum, acabou mandando todo mundo enfiar o bolo no ânus (eufemismo) e indo pra casa.
Que maravilha, hein!
Depois ainda me perguntam o porque de eu querer morar sozinho.
Ah sim, os presentes? Bom, como todo mundo que faz aniversário nesta época, eu ganhei camisetas e mais camisetas. As pessoas são tão sem criatividade. Só porque é verão. Pelo menos não faço dia 31 de dezembro, provavelmente ganharia somente agendas devido a passagem de ano.
Mas nem tudo foi trash deste jeito, minha priminha (11 anos) me deu um desenho de presente, reparem no texto quando ela escreve um adjetivo pra cada letra do meu nome. Que linda! Esta ainda tem salvação. Ah sim, a festa na PLOC 80s foi, como direi? FODA!! Recomendo a todos e certamente voltarei ao local. Fiquei de meia noite às 5h30 da manhã cantando e dançando sem parar.
Por hoje é isto, amanhã eu volto com um texto melhorzinho.




sexta-feira, janeiro 07, 2005

Aquele do cotidiano 80's

Um dia nos anos 80...


Hoje acordei cedo, sabe como é, tenho aproveitar antes de ir à escola para variar! Ah, como eu “quero ser grande”, que nem no filme! Coloquei uma bermuda e a minha camisa favorita dos changeman, cara como o change Gryphon é maneiro!
Tinha planejado jogar meu atari, meu tio me deu um cartucho de 32 jogos no meu último aniversário, e logo após assistir ao programa do Bozo. Mas enquanto assoprava o cartucho, meio empoeirado, minha mãe me chamou pra tomar café. Ela estava na cozinha preparando um lanche para eu levar pra escola e logo me serviu um toddynho. Ela perguntou se não queria recortar a menininha do pote da claybom pra participar do concurso do melhor desenho, eu falei que não, mas a lembrei de enviar minha carta pra Rua Saturnino de Brito, 74, Jardim Botânico (lá na Xuxa, sabe?). Deve ser muito legal tomar café com ela, dengue e praga cantando “Quem quer pão”.
Minha irmã acordou logo após, como ela é chata, fica carregando esta barbie e este fofão pra cima e pra baixo. Ontem fui obrigado a levar esta menina irritante para uma festa americana na casa da amiguinha. Imagina, ela é menor que eu e acabou que tive que carregar a bandeja com brigadeiro! Claro que peguei alguns, né! Não sou bobo! hehe
Mas voltando pra hoje, acabei de tomar café e meu pai me chamou porque ele tinha consertado meu ferrorama, mas depois do atari tudo isso perdeu a graça. Mas mesmo assim ele me fez testar o brinquedo, quando acabei já não tinha mais tempo de jogá-lo pois eu perderia o Bozo!
“Corre Malhadinho! Corre Malhadinho! Ah, eu sabia, ele sempre ganha!” Eu gosto muito daquela corrida de cavalos, tava me empolgando tanto com o programa que nem percebi que me atrasei pra aula. “Leo, sabe que horas são??”, minha mãe gritou, claro que eu respondi que eram “ 5 e sessenta!”, né. Ela me deu uma bronca, mas tudo bem. Vesti meu uniforme, coloquei meu kichute com cadarço enorme que dava voltas na minha canela e fui pra aula. Lá tem uma menina que eu adoro, a Alessandra, mas ela quer namorar o Luciano do Trem da Alegria. Daí eu falo que eu quero namorar a Patrícia Marx, só para irritá-la. Tem também um menino chato, o Anderson, ele implica comigo e me manda calar a boca, respondo logo que “Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu!”.
Hum, 15hs é a hora do lanche no colégio, foi quando fui comer meu biscoito Creck, aquele que já vem mordido pelo mostrinho. Legal!
As 17hs eu saí da escola e, pra variar, encontrei a minha vizinha e o namorado no portão beijando de língua!!! Como pode??? Eles ainda ficam escutando Legião Urbana e uma banda estrangeira, um tal de Oing Boino, Oin Boin, Oingo Boingo, sei lá!
Tá ficando tarde agora, minha mãe já falou pra eu dormir, se fosse domingo eu podia ficar acordado até mais tarde pra ver os trapalhões e a zebra do fantástico. Mas nem é, agora eu tenho que ir. Ah, como eu “quero ser grande”!

O tempo passou.

Hoje em dia eu já sou “grande”, estou querendo voltar ao passado e vou comemorar o meu aniversário, amanhã, na Festa Ploc!
Estão todos convidados!

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Aquele da tia "joselita"

Minha família insana


- Leo, tá namorando?
- Não, tia.
- Por quê?
- Porque não, tia.
- Você não quer?
- Claro que quero.
- Então...
- Um dia.
- Vou te apresentar a filha de uma amiga...
- Não precisa tia.
- Mas você ta namorando?
- Não
- Então, menino.
- To saindo
- Já vai?
- Não, saindo.
- Saindo?
- Pegando.
- O quê, leo?
- Nada.
- Então...
- Ficando, tia.
- Ficar não enche barriga, tem que namorar!

Eu mereço...

terça-feira, janeiro 04, 2005

Aquele do cotidiano

Momento: "Querido diário, o meu dia hoje foi..."


1) Acordar às 12hs e não levantar da cama... ok
2) Ligar a tv e assistir x-men evolution, friends e armação ilimitada... ok
3) Ler jornal... ok
4) Almoçar... ok
5) Ir na academia e me inscrever (argh!)... ok
6) Ler meus emails... ok
7) Visitar blogs...hum... resolvi visitá-los à noite, então... ok

16h21 – To escrevendo aqui.

Cansei.

À noite escrevo mais alguma coisa.

Vou deitar agora. :)

PS: Sabe os gafanhotos? Pois é, matei um hoje pela manhã. Continuo sem saber o sexo deles.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

Aquele dos gafanhotos

E lá vamos nós...


Mais do que uma tradição, mais do que um ritual de passagem de ano, mais do que uma superstição. É algo que me chama, algo que não consigo evitar e, portanto, mais uma vez, assim como todo começo de ano, eu vou me matricular na academia aqui perto de casa. Desta vez tentarei ficar mais de 2 meses nela. Oh Pai, como eu detesto academias. Me irrita a idéia de pagar pra ficar carregando peso, é como se tivesse pagando pra ser burro de carga. Por que eu não posso ficar em casa, assistir a um bom episódio de Friends enquanto tomo sorvete para refrescar este calor ao invés de ficar suando numa academia com um bando de desconhecidos ao meu redor, acumular ácido lático em todas as partes do meu corpo e ficar todo dolorido? Por quê? Por quê? Por quê?
Porque eu preciso, realmente preciso, ainda mais depois que, enquanto escrevia este texto, dois gafanhotos pousaram ao mesmo tempo em cima de mim. Vejam bem o que consegui atrair com todo este meu magnetismo pessoal, dois insetos! O que nos leva a pergunta: O que vêm abaixo deles na cadeia evolutiva? Bactérias? É o fim. E eu nem sei sequer se eram fêmeas. Merda! Odeio ter consciência!

domingo, janeiro 02, 2005

Aquele da conversa que não existiu

ATENÇÃO: Isto não é uma história com final feliz.

CENA

Duas pessoas que tiveram um passado em comum se encontram em uma festa.
Ela finge que não o vê e simplesmente o ignora.
Ele, nervoso e para não deixar barato, não só a ignora, mas também faz questão de rir com os amigos e mostrar que nunca esteve melhor.
Ela, ah e ela...Ela entende as intenções dele e, por sua vez, vai dançar com as amigas demonstrando que também estava bem.
Ele, sem ação, agitado e achando que ela não está nem aí, tenta irritá-la dando em cima de qualquer menina na festa.
Ela, ai, ela...Linda como sempre, ela percebe o papelão dele, não se contém e ri.
Ele, pensando ser esperto, percebe o sorriso dela e se anima, rindo de volta.
E ela, sempre ela, com seu perfume que mesmo a metros de distância encantava ele, demonstrava estar pronta para uma conversa. Mas seria “A” conversa que ele desejava, enfim?
Ele, sempre sem jeito e atrapalhado, caminha em direção a ela.
Ela, e somente ela, simplesmente existia. Já era o suficiente.
Ele se aproximava.
Ela, encantadora, é abordada por uma amiga que comenta algo ao pé do ouvido.
Ele, atordoado, caminhando e pensando nas mil e uma maneiras de se falar tudo o que ele pretendia dizer a ela.
Ela, que o enlouquece de tantas formas, passa da serenidade e certa agitação à aflição e desapontamento em alguns poucos segundos.
Ele finalmente chega próximo, ameaça falar tudo o que, para ele, era essencial no momento mas...
...ela o interrompe com um beijo de despedida no rosto, prometendo “recomeçar de onde paramos hoje na festa”.
Ele, desanimado e com um sorriso amarelo, retribui o beijo recebido e, após alguns segundos, a observa sumir dentre as pessoas da festa.

“A” conversa não aconteceu aquele dia.
Ele, agora, fica pensando “nós nem começamos para recomeçar”. Pelo menos não como ele queria.

“Somos mesmo amantes inimigos...”
(Arco de Luz – Marina Lima)