domingo, janeiro 02, 2005

Aquele da conversa que não existiu

ATENÇÃO: Isto não é uma história com final feliz.

CENA

Duas pessoas que tiveram um passado em comum se encontram em uma festa.
Ela finge que não o vê e simplesmente o ignora.
Ele, nervoso e para não deixar barato, não só a ignora, mas também faz questão de rir com os amigos e mostrar que nunca esteve melhor.
Ela, ah e ela...Ela entende as intenções dele e, por sua vez, vai dançar com as amigas demonstrando que também estava bem.
Ele, sem ação, agitado e achando que ela não está nem aí, tenta irritá-la dando em cima de qualquer menina na festa.
Ela, ai, ela...Linda como sempre, ela percebe o papelão dele, não se contém e ri.
Ele, pensando ser esperto, percebe o sorriso dela e se anima, rindo de volta.
E ela, sempre ela, com seu perfume que mesmo a metros de distância encantava ele, demonstrava estar pronta para uma conversa. Mas seria “A” conversa que ele desejava, enfim?
Ele, sempre sem jeito e atrapalhado, caminha em direção a ela.
Ela, e somente ela, simplesmente existia. Já era o suficiente.
Ele se aproximava.
Ela, encantadora, é abordada por uma amiga que comenta algo ao pé do ouvido.
Ele, atordoado, caminhando e pensando nas mil e uma maneiras de se falar tudo o que ele pretendia dizer a ela.
Ela, que o enlouquece de tantas formas, passa da serenidade e certa agitação à aflição e desapontamento em alguns poucos segundos.
Ele finalmente chega próximo, ameaça falar tudo o que, para ele, era essencial no momento mas...
...ela o interrompe com um beijo de despedida no rosto, prometendo “recomeçar de onde paramos hoje na festa”.
Ele, desanimado e com um sorriso amarelo, retribui o beijo recebido e, após alguns segundos, a observa sumir dentre as pessoas da festa.

“A” conversa não aconteceu aquele dia.
Ele, agora, fica pensando “nós nem começamos para recomeçar”. Pelo menos não como ele queria.

“Somos mesmo amantes inimigos...”
(Arco de Luz – Marina Lima)

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