sexta-feira, maio 13, 2005

Aquele da Duda

Pois bem, terça-feira fiquei encarregado de cuidar da minha priminha Maria Eduarda, que completará 1 ano em agosto, diga-se de passagem. Linda, muito fofa, cheirosa, tudo de bom, pelo menos foi a primeira impressão. Estava eu cuidando da mesma, enquanto minha prima (mãe dela) tinha saído, quando tocou o interfone, eram meus dois amigos, Alan e André, pois bem, disse a eles que não poderia sair e que, se quisessem, poderiam esperar minha prima chegar, daí sairíamos. Eles aceitaram e no melhor estilo “Três solteirões e um bebê” começamos a cuidar dela, a princípio foi bem fácil. Ela não chorava nem nada. Bem, deu 30 min e a menina abriu o berreiro, nos dirigimos a ela, que estava no quarto. Estávamos rezando para que ela estivesse com fome ou qualquer coisa do gênero menos ter feito o número 2. Rapaz, qual foi minha surpresa quando olhei a fralda! Afe, como uma criaturinha daquelas caga tanto? A mãe dela deve estar dando comida mexicana pra menina, só pode. Não tinha o menor jeito pra trocar a fralda e nenhum dos outros dois o faria, obviamente. Sobrou pra mim, ainda bem que sempre temos o google, dei uma rápida consultada e descobri que trocar fraldas não é uma tarefa difícil quando a fralda é descartável, mas quando é de pano... Que dureza... Enfim, depois de limpá-la, o que não é uma tarefa das mais cômodas, chegou a hora de colocar a fralda. Tentei colocar 2 vezes, na primeira fiz uma massaroca mas ela ficou com muito bunduda, não achei legal e tirei. Na segunda vez coloquei perfeitamente, mas quando suspendi a criatura para acomodá-la direito na cama a fralda caiu. Bom na terceira eu além de colocar o alfinete dei um nó, só pra garantir. Minha prima só pode ter feito isto de sacanagem, só pode, tempos modernos e ela me dá a menina com fralda de pano, enfim...
Passou 1h e ela abre o berreiro de novo, desta vez pra mamar (ela mama 300x por dia, Jesus). "Ótimo, isso eu sei fazer!", eu pensei. Ela ficou quietinha tomando a mamadeira, depois a coloquei pra arrotar mas que nada... Ela simplesmente não queria arrotar!! Como não?? Ela tinha que arrotar! E se ela tivesse um troço por causa de gases?? Eu não queria ser o culpado! Comecei a balançá-la, a dar tapinhas e nada, quando estava desistindo, e já estava sem o pano que protegia meu ombro, ela arrotou em cima de mim. Todo castigo é pouco... Bom, depois disso fiquei escondendo minha cara atrás da almofada, que nem retardado, pra fazer ela sorrir, até que ela, cansada, dormiu. Pensei: “Enfim, vou ver a temporada de Friends que eles (meus amigos) trouxeram.”. Até estava indo bem se não fossem pelas risadas do Alan acordando a menina, e lá fui eu pegá-la no colo e cantar alguma coisa. Não que seja necessário cantar, mas cresci vendo minha mãe fazendo isto com meus primos. Bom não lembrava de nenhuma cantiga a não ser "boi da cara preta", mas a esta altura se cantasse isso era capaz dela se assustar e não dormir mais, não quis arriscar. Resolvi cantar a única música que estava na minha cabeça no momento. Cantei “Smelly Cat” mesmo e, para minha surpresa, funcionou. No fim das contas tudo deu certo, minha prima chegou e eu ainda estava vivo. Ah sim, a Duda também. E eu que sempre quis ter 3 filhos, to pensando seriamente em baixar este número. Quem sabe 1 filho e dois peixes dourados? Tá bem, 1 filho, um peixe dourado e um cão, mas chega de concessões!

segunda-feira, maio 09, 2005

Aquele da preocupação fraternal

Minha irmã: Leo?
Eu: Oi.
Minha irmã: Você já teve dengue?
Eu: Não.
Minha irmã: Ah, que bom!! Porque quando você tiver não vai ser hemorrágica!
Eu: ...

Então tá, né.

sexta-feira, maio 06, 2005

Aquele do shopping

Tem coisa mais irritante que shopping em véspera de datas comemorativas? Não, né? E quem não sabe disto? Todo mundo sabe! Mas, e quem insiste em comprar presentes praticamente na véspera do dia das Mães? Bem, este sou eu. Entra ano e sai ano eu continuo sem aprender a lição: Não se deve deixar as compras de quaisquer datas para a véspera! Perguntas que não querem calar:

1) Por que, em um shopping, as pessoas têm mania de parar do nada, bruscamente, pra ver as vitrines correndo risco de serem esbarradas pelas pessoas quem vêm em seguida? As pessoas deveriam vir com setas, como carros.

2) Por que ninguém respeita o espaço mínimo de 1 degrau entre as pessoas na escada rolante e insistem em ficar com a cara grudada na nossa bunda? Será que só eu me sinto desconfortável?

3) Por que ninguém respeita o espaço mínimo de 1 mictório entre as pessoas no banheiro masculino? Isto é muito estranho. Repito a pergunta, será que só eu me sinto desconfortável?

4) Por que ao entrar numa loja a(o) funcionária(o) sempre se oferece para ajudar mesmo sem você ter pedido ajuda alguma? O que há de tão difícil em olhar as roupas? “Estou só dando uma olhada...rs” (sorriso amarelo)

5) Por que as pessoas não decidem o lanche do Mac Donald’s antes de chegar no caixa? Ficam 5 min na fila fazendo o quê? “O Mc Fish é de peixe??” Ora, a promoção é Mc Fish porque é de peixe, se fosse de frango seria chicken! Simples! E eu aguardando...

6) Por que toda vez que você avista uma mesa disponível na praça de alimentação sempre surge uma criança correndo na frente dos pais e a pega antes que você possa chegar com a sua bandeja cheia de comida?

7) Por que quando eu gasto no shopping 10x o valor do estacionamento a lei para não pagar o dito cujo já não vale mais? É tão raro eu ter todo este dinheiro...

Cansei...agora só no dia dos pais.

segunda-feira, maio 02, 2005

Aquele do álcool

Na última semana na loja de computadores, enquanto os funcionários montavam meu novo pc, meu avô e eu ficamos conversando com rapaz que estava emitindo a nota fiscal. Papo vai e papo vem ele acabou contando que já foi alcoolatra e, embora não necessite mais, continua freqüentando o AA. Hoje em dia ele vai apenas para ajudar e dar seu depoimento para as pessoas que começam o tratamento. Engraçado foi a nossa reação, ou melhor, a falta dela, quando ele comentou isso como se fosse a coisa mais natural do mundo. Meu avô e eu ficamos sem graça, sem ter o que falar, será que deveríamos dar os parabéns naquela hora ou o quê? Depois de sairmos de lá eu fiquei pensando no quanto a nossa atitude foi, no mínimo, embaraçosa. Por que deveríamos ficar sem ação diante de uma história de uma pessoa que ganhou a luta contra esta doença (termo que o rapaz utilizou para designar a dependência)? Por mais natural e comum que este tipo de coisa possa ser nos dias atuais e a gente afirme que não nos abala, na hora da verdade a nossa reação acaba sendo inesperada. Naquele momento eu achei, no auge da meu “comportamento geral” (como diria Gonzaguinha), que ele falou um pouco demais, que certas coisas não deveriam ser expostas, muito menos para desconhecidos, e que era algo muito íntimo e pessoal, mas como disse antes, após sair de lá e pensar comecei a achar a atitude dele bastante nobre. O que pra gente parece distante e nos deixa desconfortável (nossa tendência é sempre botar panos quentes e fingir que coisas como esta não fazem parte do nosso dia a dia) para ele é sinônimo de vitória. Tipo, ele conseguiu sabe? Para ele é motivo de orgulho ter sobrevivido a isso tudo, um cara que brigava com os pais, que quase terminou um noivado, que tinha tudo para dar errado, dentre vários problemas, mas que hoje é dono de um negócio, independente e vai casar. Por isso não é um “tabu” para ele contar, ele tem orgulho da história dele e contando aos outros ele tem consciência de que ajuda a fazer com que as pessoas, e eu me incluo nisso, consigam enxergar além do que eles vêem e que este tipo de problema existe e pode ocorrer com qualquer um, com aquele morador de rua, com aquele cara que é bem sucedido, com você ou comigo. São certos gestos que às vezes parecem passar despercebidos, mas que no final fazem total diferença e, talvez pela experiência que adquiriu no AA, este cara percebeu isso e conseguiu colocar mais duas pessoas para pensar naquele dia.