terça-feira, março 01, 2005

Aquele do BBB

Freud explica


Hoje é dia de eliminação no BBB, que agonia! Toda nova edição do BBB é isto, eu juro que não vou assistir, mas não consigo evitar a tv. Como diria Marina Colassanti num dos seus textos: "eu sei que não devia, mas...". Esta história de confinar pessoas totalmente desconhecidas e disponibilizar câmeras para que elas sejam observadas aguça nosso lado voyeur ao extremo. Pelo menos em mim. Bate uma curiosidade inexplicável de assistir o que estas pessoas fazem, tornando o simples ato de lavar de roupa um show à parte.
Na minha opinião, além de instigar a curiosidade das pessoas, o BBB mostra, para todos aqueles que querem ver, comportamentos que não são aceitos em sociedade (sexo, fofocas, intrigas, mentiras e etc), mas que parecem ser permitidos lá dentro por se tratar de um jogo. Parece que a população “releva” o fato de se mentir, chantagear e fazer fofocas a fim de ganhar 1 milhão, mas coitado de quem tenha tal comportamento aqui do lado de fora da casa. Parece uma válvula de escape, sabe? Quem nunca teve vontade de contar uma mentirinha sem ser podado pelas regras da convivência em sociedade? Lá, parece que isto é possível e perdoável. Parece que há uma autorização para que lá, os jogadores possam dar ouvido àquele seu lado perverso latente representando, para parte da sociedade, uma sonhada liberdade sem censuras. Soa um tanto quanto sem sentido, eu concordo, mas Freud deve explicar.
O que nos leva a outra questão, impossível uma pessoa chantagear, mentir, manipular, coagir e etc, dentro de uma casa e sair de lá dizendo que tudo era um personagem de um jogo e que ele é uma pessoa maravilhosa aqui do lado de fora (o cúmulo da cara-de-pau se auto promover desta maneira). Como disse antes, tudo bem que parte (atenção: PARTE) da população acha aceitável este comportamento dentro da casa, mas convenhamos que tal pessoa não criou um personagem com tais características especialmente pra usá-lo lá. Estas “falhas de caráter” já eram constituintes da sua moral e sempre ficaram latentes devido às regras impostas pela sociedade, mas quando entra em um jogo e seu instinto de sobrevivência fala mais alto, ele não mais contém tais “falhas”, até porque ele acaba ficando em uma situação de muita pressão psicológica. Quem me garante que, em situação de pressão aqui fora em disputa, por exemplo, por uma promoção, esta mesma pessoas não possa usar das mesmas táticas que usou, uma vez, dentro do programa? Ninguém. Por isso essa história de “personagem” é balela, historinha pra boi dormir.
A superexposição tem seu lado bom e ruim, cada um faz sua história a fim de atingir o lado bom, mas nem sempre se consegue. Fazer o quê? Já diz o provérbio: “Quem está na chuva é para se molhar”.
E se, quando saiu do programa, não gostou da imagem que adquiriu aqui fora, processe a emissora... Ah sim, ia me esquecendo: Boa sorte com isso!

PS: A idéia deste post surgiu enquanto eu discutia com uma psicóloga e uma amiga, fã da “Tropa” e do “Gê, Gê, Gê...”, o porque de tamanha repercussão do programa BBB.

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